segunda-feira, 14 de junho de 2010

Obra de Francisco Rebolo - Futebol (1936)


Na obra de arte de Francisco Rebolo - Futebol 1936, podemos observar e notar varias manifestações presentes no cotidiano da Educação Física.O futebol é o que se tem de maior na cultura brasileira, e isso é passado em varias ocasiões, na televisão, nos jornais, na rua, nos ônibus em tudo que é lugar até mesmo em estudos acadêmicos.
Podemos observar o lazer presente, os torcedores estão nas arquibancadas, muitos ali por puro lazer, para eles o jogo lhes trás diversão lhes trás o prazer, isso pode ser observado como um lazer a quem esta assistindo ao espetáculo.
O lazer é definido, segundo Dumazedier, (1980) por oposição ao conjunto das necessidades e obrigações da vida cotidiana, como: o trabalho profissional; o trabalho suplementar ou trabalho de complementação; os trabalhos domésticos (arrumação da casa, a parte diretamente utilitária da criação de animais destinados à alimentação); atividades de manutenção (refeições, cuidados higiênicos com o corpo, o sono); atividades rituais ou ligadas ao cerimonial resultante de uma obrigação familiar, social ou espiritual (visitas oficiais, aniversários, reuniões políticas, ofícios religiosos) e as atividades ligadas aos estudos. Para Marcelino (2002), o lazer é toda e qualquer ação humana na qual e pela qual consegue-se manter os objetivos e os valores idealizados e restritos ao próprio indivíduo que as vivencia ludicamente.
O esporte, mesmo sendo uma atividade institucionalizada, onde sua organização está além dos interesses individuais dos jogadores, carregando os elementos da disputa física e da competição, pode assumir o caráter lúdico, pois, como defende Helal (1990, p. 31), há certo prazer lúdico em jogar ou mesmo competir pelas regras. Bruhns (1993, p. 48) considera ainda que existam dois verbos para descrever as ações no esporte: o jogar, quando a ação se relaciona mais ao lúdico e o praticar, quando as ações se relacionam mais ao treinamento, remetendo a um caráter duplo do esporte, e Le Boulch (apud BRUHNS, 1993, p. 48), discute esses dois aspectos que a seu ver são contraditórios e diferentes, pois:
Um é o esporte centralizado na obtenção de resultados, sempre mais altos, impondo a seus praticantes treinamento assíduo, cujos métodos estão muito próximos ao mundo do trabalho e cuja finalidade é permitir o mais alto rendimento da máquina humana: chamamos a essa atividade centralizada no resultado desporto-competição ou desporte-trabalho. Outra forma de prática desportiva que não se concilia muito bem com a organização coletiva está quase exclusivamente centralizada no prazer de sua prática, a qual pode adquirir, por acréscimo, um valor higiênico ou de distenção. A essa forma conserva o caráter lúdico, e é deste modo, homologável a uma forma de jogo adaptado ao mundo contemporâneo. Chamaremos essa atividade de esporte-jogo.
Também podemos relacionar a obra com a cooperação, pois sem a cooperação é impossível haver uma partida de futebol, os companheiros de time tem que cooperar um com os outros para um excelente resultado final.
O jogo é um acontecimento que decorre na convergência de várias polaridades: a polaridade global entre duas equipas; a polaridade entre ataque e defesa; a polaridade entre cooperação e tensão (Elias & Dunning, 1992; Dunning, 1994).
A ação motora requer ensinamentos que capacitem o indivíduo no seu aprendizado e na prática do dia-a-dia.
Uma característica dos movimentos corporais é bem expressa em Sérgio (1997), colocando que a Motricidade Humana ciência que engloba todos os movimentos intencionais, baseia-se numa grande variedade de possibilidades. Para que o indivíduo possa se perceber, e contextualizar o mundo a sua volta,é necessário que ele tenha uma boa percepção capaz de facilitar o seu processo de locomoção e ação.

BRUHNS, Heloísa Turini - O corpo parceiro e o corpo advésário - Campinas, SP: Papirus,1993
DUMAZEDIER, J. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo. SESC, 1980
MARCELINO, N. C. Lazer e Humanização. Campinas. Papirus, 1995.ELIAS, N. & DUNNING, E. (1992). A busca da excitação. Lisboa. Difel.
SERGIO, Manoel. Para uma epistemologia da motricidade humana. Lisboa: Compendium, 1997.

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